Investigação epidemiológica do calazar canino e de flebotomíneos no município de Juiz de Fora (MG) e prospecção de moléculas com potencial atividade leishmanicida

Elaine S. Coimbra, José G. Castro Júnior, Kézia K. G. Scopel, Mariana L. Freire, Samantha P.S. Campos, Samara Nocelli, Edmilson da Silva, Renato Porrozzi, Marcos J. Marques, Fábio Colombo, Rita C. V. Silveira, Márcio R. Silva, Adalberto Mitterofhe, Adilson C. Lima, Glênia M. M. Campos, Izabella O. Pinheiro, Milton F. Castro, Murilo Gonçalves, Ricardo J. P. S Guimarães, José Dilermando A. Filho, Adilson D. Silva, Gustavo S. G. de Carvalho, Ayla C. Almeida, Daniela S. T. Paula, Patrícia A. Machado

Resumo


As leishmanioses são doenças infectoparasitárias consideradas pela OMS como uma das mais prevalentes em países em desenvolvimento, classificadas como “doenças negligenciadas, emergentes e sem controle”. São causadas por diferentes espécies de protozoários do gênero Leishmania, de transmissão vetorial (flebotomíneos) e representam um complexo de doenças, podendo ser divididas em cutânea, muco-cutânea e visceral, sendo esta última considerada a mais grave. Os pilares das medidas de controle adotadas pelo Ministério da Saúde (MS) visam: diagnóstico, tratamento precoce dos casos humanos detectados e vigilância entomológica e de reservatórios. Apesar da adoção dessas medidas, tais doenças continuam em franca expansão geográfica devido às dificuldades e limitações de execução delas. Assim, os objetivos deste projeto visaram investigar a ocorrência de leishmaniose visceral canina (LVC) e de flebotomíneos no município de Juiz de Fora, MG (subprojeto 1), e a prospecção de novas moléculas com atividade leishmanicida (subprojeto 2). As propostas do projeto foram baseadas nos seguintes fatores: (1) Características peculiares do município de Juiz de Fora, tais como a presença da Universidade Federal e ser polo de referência industrial e cultural regional, favorecem o fluxo migratório intenso, o que o classifica como “município suscetível para a leishmaniose visceral”, de acordo com o MS. Em 2008 foram diagnosticados pela Fundação Ezequiel Dias os primeiros casos de LVC no município. Nenhum caso humano foi confirmado, mas, em estudos sobre epidemias urbanas, a LVC precedeu a infecção humana; (2) Como reflexo de falhas do mercado farmacêutico e de política pública, pode ser citado o fato de que os antimoniais pentavalentes, considerados como medicamentos de primeira escolha para o tratamento das leishmanioses, são utilizados há mais de 60 anos e apresentam várias contraindicações e efeitos colaterais. Neste sentido, a prospecção e a obtenção de novos produtos para o tratamento das leishmanioses vêm ao encontro do recomendado pela OMS, além de assegurar a autonomia política para garantir o tratamento de patologias negligenciadas.


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Revista Gerais de Saúde Pública do SUS/MG